No fundo aberto
Escrevo-te enquanto algo resvala, acaricia, foge
e eu procuro tocar-te com as sílabas do repouso
como se tocasse o vento ou só um pássaro ou uma folha.
Chegaste comigo ao fundo aberto sob um céu marinho,
sobre o qual se desenham as nuvens e as árvores.
Estamos na aurícola do coração do mundo.
O que perdemos ganhamo-lo na ondulação da terra.
Tudo o que queremos dizer sai dos lábios do ar
e é a felicidade da língua vegetal
ou a cabeça leve que se inclina para o oriente.
Ali tocamos um nó, uma sílaba verde, uma pedra de sangue
e um harmonioso astro se eleva como uma espádua fulgurante
enquanto um sopro fresco passa sobre as luzes e os lábios.
Antonio Ramos Rosa
e eu procuro tocar-te com as sílabas do repouso
como se tocasse o vento ou só um pássaro ou uma folha.
Chegaste comigo ao fundo aberto sob um céu marinho,
sobre o qual se desenham as nuvens e as árvores.
Estamos na aurícola do coração do mundo.
O que perdemos ganhamo-lo na ondulação da terra.
Tudo o que queremos dizer sai dos lábios do ar
e é a felicidade da língua vegetal
ou a cabeça leve que se inclina para o oriente.
Ali tocamos um nó, uma sílaba verde, uma pedra de sangue
e um harmonioso astro se eleva como uma espádua fulgurante
enquanto um sopro fresco passa sobre as luzes e os lábios.
Antonio Ramos Rosa
7 Comments:
Olá, Azulências, bom dia, que assim ledes RRosa! Não gostais do Ruy de Angola?
Eu adoro os dois. E esta textura aqui em baixo. Ou melhor, por cima de mim.
Olá doce azul, estive na ...praia vê só, dentro por dentro de um glorioso e revigorante azul. mergulhei mergulhei e foi gloriosamente bom... e foi bom regressar-te. e tens razão, é mesmo um continuar a rasgar a Pele. depois hei-de voltar a outros registos. agora preciso de acabar esta espécie de exorcismo...curioso como a Pele te foi parar às mãos....beijo-te.
todo o po da vida te vem parar a cima como que um baptismo de sonhos.
vives por entre o caminho dos orvalhos das folhas que te saem da cabeca.
tens a vida a desabrochar a cada inspirar da tua doce musica.
bebe da tua propria agua.
e pronto.
amo-te azulmente.
Minina Azulências, já jantou? Vim no seu kimbo trazer pratinho:
http://www.radnet.com.br/consuladodeangola/comida.jpg
mais este Ruy para sobremesa:
e a serpente interrompeu
o seu labor social
para vir alongar o corpo
junto ao corpo do rapaz.
a longa noite das línguas:
águas há que só se alongam
no tempo que as luas dão.
luz da lua:
deus a muda
ou deusa muda?
E pronto!
Desmaiei de encanto.
E danco e danco e danco!!
Trago um saquinho de múkua para acordar. Andei subindo esta noite a árvore-mãe.
Leva-me ao Mussulo, Azul, beber uma Cuca... vamos contemplar o mar, subir aos coqueiros e navegar com o olhar... p.f.
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