sexta-feira, junho 24, 2005

Tentativas para um Regresso à Terra

O sol ensina o único caminho
a voz da memória irrompe lodosa
ainda não partimos e já tudo esquecemos
caminhamos envoltos num alvéolo de ouro
fosforescente
os corpos diluem-se na delicada pele das pedras

falamos rios deste regresso e pelas margens ressoam
passos
os poços onde nos debruçamos aproximam-se
perigosamente
da ausência e da sede procuramos os rostos na água
conseguimos não esquecer a fome que nos isolou
de oásis em oásis

hoje
é o sangue branco das cobras que perpetua o lugar
o peso de súbitas cassiopeias nos olhos
quando o veludo da noite vem roer a pouco e pouco
a planície

caminhamos ainda
sabemos que deixou de haver tempo para nos olharmos
a fuga só é possível dentro dos fragmentados corpos
e um dia......quem sabe?
chegaremos

Al Berto
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5 Comments:

Blogger Azulencias said...

Para o T.
Com abraco forte.

junho 24, 2005 3:13 PM  
Anonymous Anônimo said...

T. ri e chora. Que dizer?
Que isto da esfera que é a Net lhe deu das coisas mais bonitas que nos últimos anos pôde viver.
Vou fugir e recolher.
Não sei o que me está a acontecer!
Haveremos de...! o acaso é surpreendentemente bom!

junho 24, 2005 8:25 PM  
Blogger Dinamene said...

Azul, há quem não compreenda!
E tudo é uma questão de cheiros, de cores, de luzes...
Caté!
Sei que me perceberás.

junho 27, 2005 4:33 AM  
Blogger Unknown said...

Mas passas 1º por aqui, naum? Tb vou fazer um comboio para ti, querida Azul! Cheio de cores. Tu mereces!
Bjzz garridos

junho 29, 2005 4:07 PM  
Blogger Dinamene said...

Ei, minina, tá buoa?
O Kraak nunca mais te faz o cumboio? Ai aquele maroto!

julho 01, 2005 10:45 PM  

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