sexta-feira, junho 17, 2005

Um poema sobre nada

Às vezes a imaginação caminha na neblina
Descalça, tacteia o chão
Tropeça nos degraus do esquecimento
Cautelosamente aprecia o anonimato
Divorcia-se de todas as referências
Aspira a uma sublimação minimalista
Perde-se na vastidão do silêncio
Apenas encontra cinzenta abstracção
Excita-se na presença da monotonia
Grita por um tédio mundano
Os olhos bebem a escuridão
Testemunha a nudez das palavras
Sorri para folhas em branco
Festeja o vazio das pampas
Dança na invisível turbulência do ar
Anseia pelo vácuo sideral
Desfruta do supremo prazer do nada

M.Daedalus
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5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

o nada pode ser tudo.
o tudo pode ser nada.
e o tudo esta tao aqui ao lado.
e o nada esta tao sem espaco.

amo-te amiga

junho 17, 2005 3:07 AM  
Blogger Dinamene said...

Um poema sobre tudo: o nada búdico é a suprema iluminação, a Viagem.
Bjo.

junho 17, 2005 4:59 AM  
Blogger Azulencias said...

...o Nirvana...
Beijo para ti tambem.

junho 17, 2005 12:08 PM  
Blogger Dinamene said...

Azul, azul...!

junho 19, 2005 5:01 AM  
Blogger Unknown said...

E não achas positivo Azul que a imaginação percorra todas estas estações de paragem pelo anel que as circunscreve? O que eu mais queria era que a minha imaginação trouxesse a sinceridade de outros perdida há já algum tempo. Nem por imaginação. É mesmo para se dizer: uma imaginação sobre nada. Ou talvez sobre tudo.
Bjzzz

junho 19, 2005 4:55 PM  

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